Secretaria de Saúde alerta para riscos dos cigarros eletrônicos para jovens

Secretaria de Saúde alerta para riscos dos cigarros eletrônicos para jovens

O alerta chama atenção para questões de legislação e o risco de se entrar no uso de outras formas de tabaco, levando à dependência e problemas de saúde 

Foto Ilustrativa

Diante da popularização dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF's), a Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) está trazendo alertas sobre os riscos à saúde que os dispositivos podem acarretar para os mais jovens. Mais conhecidos como cigarros eletrônicos ou vapes, o alerta chama atenção para questões de legislação e o risco de se entrar no uso de outras formas de tabaco, levando à dependência.

O alerta destaca que, no Brasil, é proibida a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento e transporte, além da propaganda de todos os DEF's. Além disso, em atualização feita este ano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é proibido também o uso de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar em ambiente coletivo fechado.

Apesar de não parecer, esses dispositivos também são derivados do tabaco e, portanto, estão ligados diretamente ao tabagismo, doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Ou seja, podem ser a porta de entrada para a dependência.

Mal para a saúde

É o que pontua a pneumologista do Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano, Kristiane Rocha Moreira Soneghet. "Esses dispositivos têm um grau de nicotina e pode sim levar a outras formas de tabagismo, podendo manter a dependência, somado ao atrativo do aroma, que ajuda a manter o hábito", afirma, destacando que os cigarros eletrônicos possuem variedade de sabores e odores, diferente do cigarro comum, o que é um atrativo a mais entre os jovens.

Portanto, a médica coloca ser importante que toda a sociedade fique atenta. Ao contrário do que muitos acreditam, os vapes podem causar problemas à saúde. "Essa ideia dificulta a conscientização dos malefícios, ficando os usuários mais resistentes a pararem com o hábito de fumar o cigarro eletrônico", ressalta. "Mas é importante saber que a maioria das essências usa nicotina em sua composição", completa

Segundo Kristiane Seneghet, mesmo os sem nicotina possuem fatores nocivos, como o vapor, que não é composto apenas por água. "Essas substâncias são irritantes, em contato direto com um órgão, no caso a via aérea e/ou pulmão, o que pode ser desde uma irritação da via aérea, com manifestações de tosse e bronquite, até casos graves de inflamação aguda, levando à insuficiência respiratória, como o Evali", explica.

O que é Evali?

A Evali é uma lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico ou vaporizadores. Em alguns casos, pode levar à insuficiência respiratória, com a necessidade de internação em Unidades de Tratamento Intensivos (UTI's). E, além da Evali, outras condições estão ligadas diretamente à exposição à fumaça do cigarro, desde a irritação na mucosa nasal, levando a quadros de rinite, tosse, passando por descompensação de doenças já existentes, como por exemplo, asma e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

Kristiane Seneghet lembra que existem, ainda, os perigos ligados às doenças cardiovasculares, doenças coronarianas – que podem levar ao infarto do miocárdio – e às doenças circulatórias periféricas, como a trombose. "E sem esquecer do câncer, já que, tanto o cigarro convencional, quanto os cigarros eletrônicos têm, em suas composições, substâncias com potencial cancerígeno", informa a pneumologista.

Cumprimento da lei

Os cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil pela Anvisa desde 2009, além de revisões periódicas sobre o tema realizadas pelo órgão sanitário. No Brasil, é proibido a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento e transporte, além da propaganda de todos os DEF's. Assim como é proibido o uso de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar em ambiente coletivo fechado.

No Espírito Santo, a Vigilância Sanitária Estadual (Visa), junto com o Procon, Delegacia do Consumidor, Ministério Público Estadual (MPES), tem o papel de apoiar os municípios na fiscalização. Além de capacitá-los na promoção de ações educativas para o cidadão, especialmente, o público jovem.

Denúncias podem ser feitas pelos canais da Ouvidoria SUS, pelo e-mail [email protected]; pelos telefones (27)3347-5732 ou 3347-5733, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas. Ou presencialmente, na sede da Secretaria da Saúde, na Enseada do Suá, em Vitória, de segunda a sexta-feira, no mesmo horáriod. Além desses canais, o cidadão também pode realizar uma manifestação pelo Sistema E-OUV, da Ouvidoria Geral do Estado, por meio do link https://e-ouv.es.gov.br/.

Os cigarros eletrônicos

Os cigarros eletrônicos funcionam à base de uma bateria que aquece uma solução líquida, produzindo um aerossol que é inalado pelo usuário. Essa solução é composta, principalmente, por nicotina, propilinoglicol ou glicerol e aditivos de sabor. Esses produtos contêm substâncias cancerígenas e com potencial explosivo, metais pesados, além de produtos utilizados na indústria alimentícia. E a nicotina está presente em grande parte das soluções utilizadas nos DEFs, sendo uma droga psicoativa que pode causar dependência e apresentar danos pulmonares.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) salienta que todas as formas de tabaco são prejudiciais e não existe um nível seguro de exposição. Enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) ressalta que o cigarro comum deixa seus malefícios mais aparentes, enquanto o eletrônico está disfarçado de algo recreativo, prazeroso e inofensivo. Porém, ambos podem fazer mal.

Com informações da Secretaria do Estado da Saúde (Sesa) 

 

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