Por Gilson Daniel, Deputado federal (Podemos/ES) e Ouvidor-Geral da Câmara dos Deputados
Em 21 de abril de 1792, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi executado por lutar pela independência. O mártir da Inconfidência, mineiro, símbolo da luta contra o autoritarismo e pela liberdade, tornou-se uma das figuras mais icônicas da história nacional. Sua morte é, até hoje, um grito de resistência.
Em 21 de abril de 1960, o país assistiu à inauguração de Brasília, idealizada por Juscelino Kubitschek, também mineiro. Um homem visionário, que ousou sonhar e realizar. Brasília representava — e ainda representa — um projeto de integração nacional, um novo tempo para o Brasil, a esperança de uma pátria moderna e conectada. JK marcou o século XX como um dos mais importantes líderes políticos do país.
E foi em 21 de abril de 1985, há exatos 40 anos, que o Brasil se despediu de Tancredo Neves, eleito presidente da República após décadas de ditadura, mas que não chegou a tomar posse. Tancredo foi amigo e aliado político de JK. Juntos, representaram a construção democrática e o diálogo como caminho. Sua morte, às vésperas da nova fase democrática, representou o luto coletivo de um país que ansiava por liberdade. Mineiro como Tiradentes e JK, Tancredo tornou-se um símbolo da transição democrática, da serenidade política e da confiança institucional.
Três homens, três histórias, uma mesma data. Mineiros, democratas e símbolos de virada.
Neste ano, o 21 de abril também se torna um dia de luto global com a morte do Papa Francisco. Líder espiritual de alcance mundial, Francisco foi uma voz de equilíbrio, misericórdia e justiça social. Com gestos simples e mensagens firmes, nos lembrou que o poder só faz sentido quando se coloca a serviço do próximo. Sua partida, justamente neste dia, nos leva a refletir sobre o tipo de liderança que o mundo — e o Brasil — realmente precisa.
Mais do que um feriado, o 21 de abril deve ser vivido como um compromisso. Compromisso com a história, com a democracia e com a fé. Precisamos de lideranças que sirvam — e não que se sirvam. Precisamos de coragem para sonhar com um país mais justo. E de fé para continuar construindo esse sonho, mesmo diante das dificuldades.
Que esse dia nos inspire a seguir em frente com memória, responsabilidade e esperança.
Por Gilson Daniel, Deputado federal (Podemos/ES) e Ouvidor-Geral da Câmara dos Deputados