Tráfico interestadual de haxixe movimentou milhões de reais no Espírito Santo
14 pessoas são apontadas como integrantes de uma quadrilha que envolvia capixabas e criminosos de outros estados da região sudeste do país, movimentando milhões de reais com tráfico interestadual de haxixe
A operação denominada "Jedidias" começou em setembro de 2021 e foi verificado, pelas investigações que essa associação distribuía drogas para traficantes do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. As drogas, que vinham do Morrocos e Paraguai, chegavam a ser comercializada a R$ 250 a grama.
Haxixe é uma droga vinda do óleo extraído da maconha com alto poder alucinógeno. E a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) concluiu um inquérito que investigava a associação criminosa e segundo as investigações, ela é integrada por pessoas de classe média que vendem drogas de elevado valor, dos mais variados tipos de "haxixe".
As apurações foram iniciadas com a prisão de um jovem de 24 anos que promovia a entrega, em domicílio, de "maconha" e "haxixe", em Guarapari.
O titular do 6º Distrito de Polícia de Vila Velha, delegado Guilherme Eugênio Rodrigues afirma que a partir da abertura do smartphone do jovem e de sua colaboração, foi possível constatar que ele possuía um fornecedor específico de haxixe e um fornecedor específico de maconha.
O delegado declara que, poucas semanas após a prisão do jovem, a polícia conseguiu alcançar a prisão do fornecedor de maconha e do fornecedor de haxixe. As investigações avançaram ainda mais em direção a ele, permitindo que chegassem aos 26 réus envolvidos no fornecimento de haxixe em larga escala para outros traficantes varejistas e atacadistas de toda a região sudeste do Brasil.
"Até meados de 2020, Matheus Salomão, um dos infratores presos, tinha um negócio em Minas Gerais dedicado à distribuição de haxixe tipo uva, um haxixe mais barato. Yves Marques tinha no Espírito Santo um polo de distribuição de outros tipos de haxixe, mais caros. Matheus se tornou alvo de investigações e se mudou para o Estado, tentando se esquivar da Polícia Civil Mineira", informa Rodrigues.
No Espírito Santo, os dois fundiram seus negócios e unificaram sua estrutura empresarial criminosa, passando a compartilhar a mão de obra das mesmas pessoas. O delegado afirma que as drogas do Matheus, em maior parte o haxixe tipo uva, vinham do Paraguai e as do Yves vinham da Europa, principalmente do haxixe tipo PAC.
"Pouco a pouco, a partir da análise de dados financeiros, telefônicos e telemáticos, assim como da celebração de acordos de delação premiada, foram sendo pouco a pouco identificados vários integrantes de uma grande organização criminosa, que além do tráfico de drogas, promovia atos de tortura e extorsão, agindo inclusive em desfavor de seus próprios membros", informou a PCES.
Chamou a atenção dos policiais que em meio a pagamentos de mais de R$90 mil reais a um e recebimentos superior a R$ 900 mil a outro, a forma violenta como os integrantes agiam. "A organização criminosa, ainda em 2021, dirigia-se aos seus devedores e aos familiares deles de forma extremamente violenta, vindo a desnudar e espancar severamente um deles, e a extorquir as famílias de alguns outros", explicou a PC justificando a necessidade do aprofundamento das investigações.
Diferentemente do que ocorre normalmente, através da base no Espírito Santo, eles distribuíam "haxixe" e algumas outras drogas para outros narcotraficantes nos Estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O mais comum é que as drogas aqui distribuídas sejam oriundas de entrepostos nesses estados.
Ao todo, vinte e seis pessoas respondem à ação penal ajuizada pelo Ministério Público. Em face de 14 delas, houve a imposição de decretos de prisão preventiva. A PCES optou por não representar pela prisão dos infratores com os quais foram celebrados acordos de delação premiada, assim como daqueles que se envolveram apenas em atos indiretos de apoio à organização criminosa, sem chegarem a atuar diretamente na distribuição de drogas ou na prática de atos violentos.
Dois dos alvos foram presos no Estado de São Paulo, com o apoio da PCSP. Quatro foram presos aqui no Estado do Espírito Santo. Oito dos réus seguem foragidos e são moradores dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo. Houve interações com as Polícias Civis do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, assim como com a Polícia Federal. Dentre os seis presos encontram-se os dois líderes da organização criminosa, principais responsáveis por todos os crimes praticados.
Fonte: SESP ES / EShoje
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