Fios roubados somam mais de 300 quilômetros em um ano no Estado
O crime é tão recorrente que colocou o Espírito Santo no 4º lugar do ranking Nacional
O furto de fios, seja de cobre, alumínio ou outros materiais, tem trazido consequências sérias para os Capixabas que vêm sofrendo com a falta de internet, energia e até TV por assinatura. A prática desse tipo de crime é tão recorrente que colocou o Espírito Santo no 4º lugar do ranking Nacional.
Segundo levantamento da empresa Conexis Brasil Digital, o Espírito Santo registrou 312 mil metros de cabos roubados no ano passado, aumento de 155% em relação a 2021. Todos os fios que foram furtados, se esticados, equivalem a uma distância de Vitória até Ecoporanga, no Noroeste capixaba.
Policiais da PMES (Polícia Militar do Espírito Santo) disseram que a maioria dos furtos é cometida por usuários de drogas que usam o material roubado para comprar entorpecentes.
"Eles invadem casas e empresas, furtam os fios de energia e internet, depois vendem e compram drogas para sustentar o vício", afirmou um soldado da PM, que atua na região da Praia da Costa e Itapuã e preferiu não se identificar.
Outra informação fornecida pelos policiais diz respeito às empresas de fachada, criadas por criminosos para lavar o dinheiro do tráfico e fomentar o furto de fios.
"Muitos traficantes abrem empresas de reciclagem para "disfarçar", para a polícia não investigá-los por conta do tráfico de drogas. Eles acabam receptando esse material e fomentando o mercado ilegal", contou um cabo da PM, que atua na região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha, e também não se identificou.
Em alguns casos, segundo os militares, os fios furtados são pagos pelos receptadores com drogas. "O usuário que precisa sustentar o seu vício enxerga nesses receptadores uma forma mais fácil e rápida para conseguir a sua droga", disse um militar, que trabalha na Serra.
Em abril deste ano, comerciantes que atuam na avenida Leitão da Silva, em Vitória, ficaram 40 dias sem sinal de telefonia e internet, devido ao roubo de fios. Passados oito meses da situação, policiais da região afirmam que nada mudou.
"Atendo ao menos quatro ocorrências por dia que envolvem fios de energia, telefonia e internet. Na maioria dos casos, os autores são presos em flagrante, no momento que tentam fugir com o material furtado", afirmou um cabo da PM.
A PM também pediu para que a população colabore acionando uma viatura, via Ciodes (190).
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