A abertura oficial aconteceu em evento técnico realizado no município de Venda Nova do Imigrante, reunindo produtores, técnicos, pesquisadores e autoridades
Terceiro maior produtor de café arábica do Brasil, o Espírito Santo deu início, nesta quinta-feira (22), à colheita da safra 2025. A abertura oficial aconteceu em um evento técnico realizado no município de Venda Nova do Imigrante, na região das montanhas capixabas, reunindo produtores, técnicos, pesquisadores e autoridades.
A programação foi realizada na propriedade do agricultor Florindo Avanci, na comunidade de São Roque. O evento foi organizado pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e pela Prefeitura de Venda Nova do Imigrante.
O vice-governador Ricardo Ferraço participou do evento e destacou os bons preços do café atualmente. "Estamos vivenciando bons preços no café que remuneram, com justiça, os produtores e garantem sustento e maior qualidade de vida para milhares de famílias aqui no Espírito Santo", disse. "O café em alta significa também desenvolvimento social na veia e temos muita qualidade na produção, fruto de muito trabalho coletivo do sistema público agrícola e parceiros, aliada à capacidade empreendedora dos nossos cafeicultores", completou o vice-governador.
Compromisso
O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, destacou a importância da cafeicultura para a economia e o desenvolvimento rural do Espírito Santo. "A abertura da safra de café arábica é sempre um momento de grande expectativa e celebração para o nosso Estado que se destaca pela qualidade e dedicação dos nossos produtores, e essa nova safra reforça o protagonismo da cafeicultura capixaba", enfatizou. "Estamos colhendo os frutos de muito trabalho e pesquisa e nosso compromisso é continuar apoiando os agricultores, promovendo inovação no campo e garantindo competitividade aos cafés especiais que têm conquistado o Brasil e o mundo", acrescentou Bergoli.
Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção capixaba de café arábica, em 2025, deve alcançar, aproximadamente, 3,3 milhões de sacas de 60 quilos. A área cultivada é de cerca de 121,6 mil hectares, com produtividade média prevista de 27,1 sacas por hectare.
Durante o evento, o diretor-geral do Incaper, Alessandro Broedel, ressaltou os avanços científicos que vêm sendo incorporados à cafeicultura de arábica no Estado, com foco no aumento da produtividade e da qualidade. "Neste mês, após seis anos de pesquisa, validamos e recomendamos novas cultivares de café arábica para o Espírito Santo", destacou. "São plantas mais produtivas e com maior estabilidade de produção, o que representa uma resposta concreta da ciência ao desafio da bienalidade na cafeicultura, que alterna ciclos de baixa e alta produção, afetando o arábica principalmente, o que é um passo histórico que demos para fortalecer a sustentabilidade e a competitividade do setor", destacou Broedel.
Incentivo à irrigação
A programação do evento também incluiu a palestra "O que precisamos fazer para ter sucesso com a cafeicultura irrigada?", ministrada pelo extensionista do Incaper, Caio Louzada Martins. O objetivo foi mostrar o potencial da irrigação, ainda pouco adotada nas lavouras de arábica no Espírito Santo, mas considerada estratégica para garantir regularidade na produção e adaptação às mudanças climáticas. Na ocasião, foram apresentados os impactos positivos da prática e tecnologias que asseguram o uso sustentável da água.
Encerrando as atividades, os participantes acompanharam uma colheita simbólica. O ato marcou, oficialmente, o início da safra nas mais de 26 mil propriedades produtoras de café arábica no Espírito Santo.