ES pretende imunizar mais de 1,5 milhão contra influenza este ano
No ano passado, o Estado não alcançou a cobertura vacinal de 90%, estipulada pelo Ministério da Saúde, inclusive entre trabalhadores da saúde e professores
Conforme informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 1.549.763 capixabas estão aptos a receberem a imunização contra a gripe este ano. A Campanha de Vacinação contra a Influenza, tradicionalmente realizada entre os meses de abril e maio, em todo Brasil, foi antecipada pelo Ministério da Saúde para este mês de março, em razão do aumento da circulação de vírus respiratórios no país.
Em 2023, pelo segundo ano consecutivo, o Espírito Santo ficou abaixo dos 90% de cobertura ideal preconizada pelo Ministério da Saúde em relação à imunização contra a influenza (gripe). Os índices ficaram bem abaixo em todos os grupos, inclusive, entre os trabalhadores de saúde, com 52,37%, e professores, 39,26%.
As doses, que chegaram ao Estado nesta sexta-feira (15), estão disponíveis, para retirada dos municípios, a partir desta segunda-feira (18). O Estado recebeu 14.800 doses de vacinas, nessa primeira remessa. Segundo a Sesa, o envio de mais imunizantes ocorrerá ao longo da campanha para contemplar todos os grupos prioritários.
Início da campanha e Dia D
Assim que retirarem as doses, os municípios já podem iniciar a campanha que seguirá até o dia 31 de maio. Aqueles que optarem pela realização de um dia "D" de mobilização estão recebendo a sugestão, do Ministério da Saúde, de que seja feito no dia 13 de abril. A expectativa é que o Estado possa superar a cobertura de 54% dos grupos prioritários do ano anterior, alcançando a meta preconizada pelo Ministério da Saúde que é de 90%.
As doses da vacina estarão disponíveis nas mais de 700 salas de vacinação, em todo o Estado, e a vacina utilizada é trivalente, ou seja, apresenta três tipos de cepas de vírus em combinação. Ela é atualizada anualmente, com o objetivo de proteger contra os principais vírus em circulação no País. Por isso, a importância de atualização do esquema vacinal dos grupos prioritários, mesmo tendo tomado a dose no ano anterior (confira abaixo que pode se vacinar).
Abaixo da meta em 2023
Com 54% na campanha de 2023, o Estado teve a 7ª pior cobertura do País, ficando atrás de Santa Catarina, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Acre – as menores coberturas em ordem decrescente. Nos anos anteriores, o Estado figurou entre as melhores coberturas entre os estados brasileiros, alcançando a 8ª posição em 2022, com 71,29%; o segundo lugar em 2021, com 89,97%; e o primeiro lugar em 2020, com 106,26%.
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis (PEI), Danielle Grillo, a baixa adesão à campanha da gripe em 2023 e, consequentemente, a baixa cobertura, foram resultados da disseminação de desinformação. "Tivemos muitos relatos de pessoas que acreditavam que, se vacinassem contra a Influenza, recebiam a da Covid-19 também", conta. "Outras que acreditavam que ficariam gripadas ao se vacinarem, entre outras desinformações", completa Grillo.
303 casos e 19 óbitos
Para o cálculo de cobertura vacinal, levam-se em consideração os grupos de maior taxa de complicações, internações e mortalidade. São eles: crianças de 6 meses a menores de 6 anos, povos indígenas, gestantes, puérperas e idosos. "O Ministério da Saúde classifica esses grupos como prioritários para cobertura, justamente devido à preocupação que eles trazem, por estarem mais suscetíveis ao caso grave da gripe, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave, que pode levar à morte", alerta a coordenadora.
Levando em conta que a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 90%, a cobertura total no Estado foi de 54% no ano passado. Já nos grupos, as coberturas foram de 59,76% entre crianças de 6 meses a menores de 6 anos; de 77,39% entre indígenas que vivem em terras demarcadas; 68,68% entre as gestantes; 37,11% entre as puérperas; e 57,27% entre os idosos com 60 anos ou mais. E um dado que chama atenção é a cobertura de 52,37% entre os trabalhadores de saúde e de 39,26% entre os professores. Em 2023, o Estado registrou 303 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 19 óbitos.
Para os demais grupos, é monitorado o número de doses aplicadas. Ao todo, somando os grupos com meta (653.272 doses) e demais grupos prioritários (651.914 doses), o Estado totalizou 1.305.186 doses aplicadas em toda a campanha.
Quem pode se vacinar
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
- Crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos;
- Trabalhadores da Saúde;
- Gestantes;
- Puérperas;
- Professores dos ensinos básico e superior;
- Povos indígenas;
- Idosos com 60 anos ou mais;
- Pessoas em situação de rua;
- Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
- Profissionais das Forças Armadas;
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
- Pessoas com deficiência permanente;
- Caminhoneiros;
- Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
- Trabalhadores portuários;
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).
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