A taxa de juros do Funcafé para esta safra está limitada em 11%
As assinaturas dos contratos com outras 25 instituições financeiras estão em andamento. De acordo com informações do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, há esforços para acelerar esse procedimento e disponibilizar os recursos do fundo com mais agilidade.
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, afirma que os recursos do fundo não passam por contingenciamento. Na avaliação dele, a medida é importante para manter a economia do setor em dia, com garantias em todas as etapas da produção.
"O Funcafé ajuda o produtor no dia a dia do seu custeio, para que ele possa armazenar esse café e colocar no mercado no momento mais apropriado, com melhores preços. O banco financia até 70% do preço do produto. O financiamento atende a produção, assim como a indústria, que são considerados importantes. Todos eles têm acesso a esse recurso", destaca.
As linhas de crédito disponíveis se destinam aos financiamentos dos tratos culturais da lavoura, comercialização, armazenagem, aquisição do produto, capital de giro para indústrias e cooperativas de produção. O advogado e professor, Ademário Neto, da OAB/GO, lembra também os casos de recuperação de cafezais que sofreram danos por chuvas de granizo, geadas e outros fenômenos climáticos.
"Cumpre salientar a importância desse fundo, pois essas linhas de crédito serão destinadas para o financiamento dos tratos culturais da lavoura, que nada mais é do que uma medida para proporcionar uma melhor condição para o crescimento e desenvolvimento do cafezal. Dito isso, é de suma importância como essas, que tanto beneficia o produtor cafeeiro", pontua.
A taxa de juros do Funcafé para esta safra está limitada em 11%. Apesar do aumento em comparação com a última safra, ficou abaixo da taxa Selic, que atualmente está em 13,25%.
"Quando a gente fala de um setor estratégico para economia, é importante que ele seja financiado pelos bancos com linhas de crédito específicas, que atendam a própria peculiaridade e a dinâmica de um produto que vai competir internacionalmente", considera Luiz Ongaratto, mestre em Comércio Exterior e Relações Internacionais pela Universidade Federal de Pernambuco.
Angelo Ronner Uiliana pertence à terceira geração de cafeicultores da família. Morador de Brejetuba, no Espírito Santo, ele pretende pegar empréstimo do Funcafé para tocar o negócio e manter as contas em dia.
"A minha avaliação sobre esse financiamento é positiva porque, nessa época de safra, temos que nos preocupar com a colheita e com as contas que vencem nesse período. Então, mesmo tendo o café você não consegue aprontar ele todo, vender e receber o dinheiro com tempo hábil. Então, usamos os recursos para fazer compra de insumos e outras coisas", relata.
Confira a lista das 12 instituições aptas a ofertarem os financiamentos:
Banco Ribeirão Preto
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais-BDMG
Banco Inter
Bradesco,
Central Cresol
Credinter
Agrocredi
Credicarpa
Credialp
Credicarmo
Credivar
Central de Crédito do Espírito Santo
Outros 25 agentes financeiros estão em fase final de contratação. Ao todo, o fundo destina R$ 6,058 bilhões para a safra 2022/2023.
Os recursos estão distribuídos nas seguintes linhas:
crédito de custeio: até R$ 1,57 bilhão;
crédito de comercialização: até R$ 2,17 bilhões;
financiamento para Aquisição de Café (FAC): até R$ 1,38 bilhão;
crédito para capital de giro para indústrias de café solúvel e de torrefação de café e para cooperativa de produção: até R$ 775 milhões;
crédito para recuperação de cafezais danificados: R$ 160 milhões.
Fonte: Brasil 61