Canabidiol proporciona melhoria na qualidade de vida de capixabas com autismo

Canabidiol proporciona melhoria na qualidade de vida de capixabas com autismo

Atualmente, seus principais atendimentos são para pacientes com autismo, déficit de atenção e hiperatividade, distúrbios do sono, distúrbios do aprendizado, dislexia, distúrbios do neurodesenvolvimento, doenças neurogenéticas, doenças neuromusculares, entre outros

É crescente, no Espírito Santo, o número de pessoas que tratam diversas enfermidades com medicamentos à base de Cannabis sativa, a mesma planta da maconha, mas que tem mudado a vida de pessoas que não sabiam mais a quem recorrer para melhorar sintomas graves de doenças. A indicação dos medicamentos é para mais de 30 condições médicas, como epilepsia refratária, dor crônica, Alzheimer, ansiedade, Parkinson, autismo e entre outras.

A Cannabis possui mais de 140 canabinoides que podem ser usados na medicina, entre eles os mais conhecidos: canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC). O neurologista pediátrico Rodrigo Corcino, que atua na Medsativa, a primeira clínica no Espírito Santo especializada em tratamentos com a Cannabis sativa, destacou a evolução em pacientes com autismo que passam a realizar tratamentos com medicamentos como o CBD.

Atualmente, seus principais atendimentos são para pacientes com autismo, déficit de atenção e hiperatividade, distúrbios do sono, distúrbios do aprendizado, dislexia, distúrbios do neurodesenvolvimento, doenças neurogenéticas, doenças neuromusculares, entre outros.

"A maioria dos meus pacientes trata epilepsia de difícil controle e autismo. Normalmente esses pacientes não apresentam bons resultados com os tratamentos convencionais. Conseguimos melhoras importantes em pacientes com dificuldades de comportamentos, como agressividade e atraso de linguagem importante, por exemplo", contou o profissional.

Segundo o médico, os medicamentos à base de Cannabis sativa podem ser administrados a pacientes a partir de um ano de idade. "Os benefícios são enormes, como melhora na linguagem, na digitação, diminuição da agressividade, melhora na interação social, no contato visual e de comportamentos repetitivos", informou.

Para quem já realiza um tratamento convencional, a adaptação é gradativa, dependendo de caso a caso, conforme detalhou o médico. "Iniciamos o canabidiol juntamente com a medicação em que o paciente faz uso e vamos retirando a medicação tradicional de acordo com a melhora dos sintomas do paciente, até que chegamos ao ponto da utilização apenas do canabidiol", explicou.

Mãe de Matheus Tavares, de 7 anos, a gestora de RH Clarisse Tavares conta o que mudou depois que o filho passou a ser medicado com o medicamento CBD, desde agosto de 2021. Matheus foi diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA) há pouco mais de quatro anos.

Ela contou que antes de iniciar o tratamento com CBD, o filho fez uso de vários princípios ativos para tentar amenizar os sintomas da doença, mas a grande maioria sem sucesso. "Com o início do tratamento com o canabidiol puro, percebemos vários ganhos na atenção, aprendizagem e principalmente uma diminuição na agitação psicomotora. Também melhorou consideravelmente questões gastrointestinais, além de possibilitar a diminuição e até suspensão das doses dos demais medicamentos alopáticos que ele usa", relatou a mãe.

Ela frisou a segurança em iniciar um tratamento com canabidiol. "Meu filho avançou consideravelmente em muitos aspectos, a qualidade de vida da família é muito melhor que antes. Cada tentativa de um novo remédio é como um passo de fé que damos, sempre na maior expectativa de que aquilo os ajude a vencer as dificuldades próprias do TEA, mas posso afirmar que, com o devido acompanhamento médico, nenhum medicamento foi tão efetivo quanto o CBD medicinal. Somos gratos pela oportunidade de podermos tratar nosso filho com o canabidiol, e desejamos que mais famílias tenham a mesma chance que ele", destacou Clarisse.

Cresce número de pacientes no Brasil

Aproximadamente 187.500 brasileiros realizam tratamentos com medicamentos à base de cannabis medicinal, segundo aponta o mapeamento mais recente da Kaya Mind, primeira empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado no segmento da cannabis.

Considerando informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a startup aponta que existem 91.161 pacientes que fazem importação de medicamentos de cannabis no Brasil. Além disso, outra estimativa mostra que são cerca de 26.400 pacientes que têm acesso aos medicamentos à base de cannabis nas farmácias e por volta de 70 mil que fazem o tratamento via associações.
Os dados fazem parte do "Anuário da Cannabis no Brasil", que é um conteúdo inédito sobre a regulamentação da cannabis no país e seus desdobramentos no mercado. Recentemente, a Kaya Mind divulgou que o número de pessoas com autorização para importar produtos à base de cannabis pela Anvisa crescerá 119,8%, neste ano, em comparação com 2021.

Dr. Rodrigo Corcino
Neurologia Pediátrica

Formação em Neurofisiologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, neurologia pediátrica pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (RS), pediatra pelo Centro Universitário do Espírito Santo, graduação pela Universidade Vila Velha (UVV) e professor de Medicina da Multivix.

Serviço
Clínica Medsativa

Endereço: Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 955, sala 1.701, Ed. Global Tower, Enseada do Suá, Vitória – ES
Contato: (27) 99802-6085
Site: www.medsativa.com.br

Instagram: @medsativa 

 

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