O motivo seria um atestado médico falsificado apresentado pela vereadora
Paralela à denúncia do vereador, a comerciante Maria José Garcia protocolou na Justiça uma ação "notitia criminis" com pedido de prisão preventiva e ou afastamento cautelar da função pública, contra a presidente pelo mesmo motivo: "falsidade ideológica, estelionato e contra a administração pública (peculato), apresentado em 20 de junho do corrente ano, o atestado médico (anexo), oriundo do Hospital Municipal de Laje do Muriaé".
Esses dois fatos agitaram a cidade nesta segunda-feira, 01 de agosto. A sessão ordinária da Câmara Municipal, iniciada às 17 horas, recebeu grande aparato de segurança, com duas viaturas da PM, detector de metais e policiais portando armas de grosso calibre, dentro e fora do recinto do Legislativo. No plenário e nas galerias, muita hostilidade por parte dos vereadores e de alguns presentes.
A presidente chegou a ser vaiada quando tentou explicar detalhes da viagem e do atestado, que segundo apurado parece ser falso.
A sessão foi aberta e o primeiro a falar foi o vereador denunciante, Caique Carvalho, que discorreu sobre um levantamento feito sobre a viagem da presidente no mês de junho e consequentemente o atestado médico que ela apresentou na Câmara para justificar o pagamento de diárias para a viagem. Segundo ele, um levantamento feito na unidade hospitalar não consta nos arquivos da instituição no dia e horário o nome da vereadora.
O vereador Caique afirmou também que em contato com o médico, nome que consta na assinatura do atestado, este negou categoricamente ter atendido a vereadora e muito menos ter assinado atestado para ela. Caique ressaltou que o médico se colocou à disposição da Câmara para vir a Muniz Freire confirmar essa informação. Após essa explanação, Caique afirmou que já tem as três assinaturas para assinar o pedido de CPI contra a vereadora, reforçando que fará isso essa semana ainda para ser lida na próxima sessão, de segunda-feira.
Na ação impetrada na Justiça pela comerciante Maria José, foram arroladas as seguintes testemunhas: Saulo Monteiro Germano, médico, de Laje do Muriaé; os vereadores José Maria Bergamini, Sebastião Gildo Mares Pereira, Edimar Pereira Chaves, Sergio Feletti, Caique de Souza Carvalho, Agenor Favoreto Filho e Roberto Rivelino de Almeida; os servidores da Câmara, Daniel Elias da Silva e Valéria Aguilar Sathler.
A presidente da Câmara, Vilma Soares Louzada, em pronunciamento, disse que vai provar que o atestado não é falso. Na tentativa de amenizar a situação, ela informou que o valor retirado da Câmara, em junho, para custear a despesa da viagem, foi depositado em juízo até provar sua inocência. Por fim, ela disse que faz questão de também assinar o pedido da CPI contra ela, para provar que não cometeu nenhum crime.
Confira abaixo o atestado apresentado pela vereadora Vilma e um ofício enviado pelo médico afirmando que não realizou o atendimento: